Perceber o que somos....
Transponho para aqui as minhas ilusões. Acordar de um sonho antigo e notar que a realidade não é bem o que parece, que os sapos não falam, que os cavalos não têm asas, que os mochos não sabem tudo, é sempre estranho. É dificil abrir os olhos quando não se quer ver que o mundo das ilusões não floresce à nossa volta, que não se abre como uma mão pálida que mostra um pedacinho do vento, que rodopia e depois foge.
Existe uma necessidade de distinguirmos estes momentos, separados por uma cortina púrpura, semitransparente, que flúi livremente com o arfar da respiração de quem pára à sua frente mas não tem coragem de a percorrer com os dedos e espreitar para o lado menos brilhante.
Temos que perceber quem somos, o que somos, como forma de conjugar os dois lados, o da ilusão e o da realidade, para que, mais tarde, não constatarmos que a vida foi uma ilusão e que a realidade não foi vivida!